Quique Flores não acreditava no que tinha e perdeu o balneário. Jesus está a ganhá-lo
Diferença I: discurso Terceiro jogo da pré-temporada, sábado, vitória no Torneio Guadiana com 2-1 na final frente ao Olhanense. Yebda demonstra dificuldades na posição de trinco, sobra-lhe físico, falta-lhe agilidade técnica e mental para resolver os problemas num curto espaço de tempo. "Temos confiança nele, vai melhorar", disse Jorge Jesus. Ao final de três jogos, o novo treinador do Benfica já abençoou mais futebolistas com discursos motivadores do que Quique Flores numa época inteira. Mas, para além da palavra, que já redundou em elogios públicos a Miguel Vítor, Roderick Miranda, Nuno Gomes, Cardozo, Saviola, ou Fábio Coentrão, há ainda a questão da fé. E aí, Jesus mostra-se um crente: fez questão de chamar futebolistas menos utilizados, equaciona por exemplo reforçar-se com um ponta-de-lança que estava perdido pelos caminhos dos empréstimos, o brasileiro Marcel, um daqueles que teve direito a seis meses de Benfica e dispensa imediata.
O ano passado por esta altura Quique Flores andava a dizer a Rui Costa que o guarda-redes Codina, terceiro na baliza do Real Madrid, era decisivo para o futuro do Benfica, era melhor do que Quim ou Moreira; e pressionava o director desportivo para investir 10 milhões de euros em Luis García, um avançado do Espanyol de Barcelona. Não foi possível? Veio David Suazo, que Quique arrastou na equipa até se lesionar, sempre em detrimento dos golos de Cardozo.
Diferença II: táctica Jesus não é omnisciente, mas sabe onde cada futebolista está mais confortável. A equipa é mais importante do que as individualidades, mas se puder ter uma táctica que aproveite as virtudes da maior parte dos jogadores, melhor. Daí a recuperação do 4x4x2 losango quando Quique Flores raramente saiu do esquema clássico, nem que isso significasse encostar Aimar a uma linha, ou deixar a sua fraca figura isolada no meio dos centrais adversários. Hoje o Benfica é uma equipa mais consistente porque o criativo joga directamente para dois avançados e tem as costas protegidas pelo trabalho de mais três elementos, preferencialmente Carlos Martins, Yebda ou Rúben Amorim. Para Quique Flores bastavam dois homens no passador do meio-campo... e assim o seu Benfica sofreu mais 11 golos do que o Braga de Jorge Jesus.
Diferença III: motivação José Mourinho costuma dizer que a motivação e o rendimento são maiores se o jogador acreditar no trabalho que está fazer. O plantel encarnado arrastou- -se no final da temporada passada em choque com os métodos de Quique Flores e, agora, apesar das tareias de pré-temporada impostas por Jesus - algumas delas de simples corrida - apresenta-se em campo com ritmo e atitude competitiva totalmente diferentes. O jogo de sábado contra o olhanense, já com a intensidade de uma partida de campeonato, surpreendeu quem estava habituado à apatia dos últimos meses. Viu-se Aimar em jogo, Di María consequente, Coentrão objectivo, uma ou outra exibição mais tímida de quem chegou à pouco tempo, como foi o caso de Shaffer. Não é garantia de nada mas, pelo menos a expectativa é outra.
CARREGA BENFICA!!!!
continuo a achar euforia a mais...
ResponderEliminar